As Últimas do Mundo” ecoa as novidades de um mundo se forjando, enquanto um outro se acaba. Para os antigos e novos viventes das areias brancas da Serra do Ibitipoca, se a voz dos antepassados estiver ressoando, as árvores e os troncos estiverem dando bons frutos e as crianças estiverem nascendo, o destino do mundo é a vida.

 

 

Por que se fala tanto sobre o fim do mundo? A pergunta, na verdade, deveria ser “quem fala tanto sobre o fim do mundo?”. É uma pergunta retórica que nos convida a pensar sobre que narrativas concorrem nesta disputa: umas pelo fim, outras por novos inícios de mundos. Em Ibitipoca, terra que durante o auge da mineração ficou conhecida como, literalmente, o fim do mundo, cujas estradas eram chamadas de descaminhos, uma terra com areias brancas de raios que estouram sem chover, o derradeiro destino do mundo é nunca acabar.
 

O documentário “As Últimas do Mundo” nos conta sobre as novidades de um mundo porvir, enquanto se acaba um outro antigo que não mais se sustenta, entrelaçando paisagens, sons e narrativas espiralares que conectam no agora histórias passadas e futuras, enredadas, sobretudo, pelas espiritualidades e ancestralidades de resistência infindável. Enquanto os antepassados tiverem voz, as árvores derem bons frutos e as crianças estiverem nascendo, o destino do mundo é viver.